domingo, 2 de março de 2014

MÃE, TU TAMBÉM ÉS MARIA


Pequena,
franzina,
morena,
a sofrer 
desde menina,
quando a aliança
entre a fantasia
e a esperança
era ainda rainha.

Dia a dia,
dorida,
seu ser 
se doou
a gerar vida!
E sempre sorria,
contente!
Nem o tormento,
a dor
da partida
de um rebento,
lhe suavizou 
seu presente
de amor! 

Mãe, ó MÃE!
Naquele dia, 
teu rosto ameno
como um passarinho, 
sereno,
deitado,
dormia
em seu ninho
de Morte!
E sorria,
belo, delicado, 
forte!
E não compreendia
a dor
da separação,
ainda resplandecia 
numa oração
de bondade
e Amor!

MÃE!
E a saudade?

E tu, ternamente,
sorrindo:

Meu menino,
é amor
também
florindo
no teu coração
de gente,
pequenino!

A tua bondade
é infinda!
Tive tanta sorte
por seres a minha MÃE!
És tão linda!
Sempre tão forte
no Amor!

Lembras-te daquele dia
em que, alvoroçado,
te dizia,
afogueado 
de emoção?

MÃE, vou p’ra escola!

E com que alegria
me preparaste
e na minha mão
colocaste
a sacola, 
sorrindo!

Vai, pequenino,
vai indo,
vai abraçar 
teu sonho de menino,
teu desejo de saber! 
Vai rir e saltar, 
e aprender!

MÃE!
E a redacção
que me ensinavas,
enquanto cosias
e remendavas?

E a canção
que cantavas
contente 
e com doçura,
para eu dormir?

E nada pedias, 
só davas
ternura,
eternamente
a sorrir!

Ó MÃE, minha MÃE!
O teu carinho
não tem fim!
Teu ninho
só de Amor 
construído, 
com muita dor 
mas nunca vencido,
foi um Jardim
florido! 

Por isso, também
não o vencerá 
a morte,
não!
Que o amor 
é mais forte
que a dor
e o meu coração 
nem um dia
te esquecerá!

MÃE,
tu também
és MARIA!

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